terça-feira, 9 de setembro de 2008

O dia da embreagem

Mecânica é triste, a engenhoca quando está nos trinques facilita nossas vidas, mas quando não funciona, ai sim dá vontade de chorar.
Pois bem, estava eu, voltando de São Roque para a Capital Paulista, num domingo qualquer, quando comecei a sentir a tal embreagem um pouco temperamental, o pedal muito duro dificultava a entrada da marcha, e com desespero, eu forçava até conseguir engatar, tudo isso começou no início da viagem, ou seja, sofrimento ao longo dos próximos 60 quilômetros.
Fazendo careta, consegui chegar até a quarta marcha, e decidi seguir assim até onde dava para não forçar o disco, coitado, que já estava falecendo.
Dirigir é um ato tão mecânico que depois de uma porção de minutos esqueci que a bonita da embreagem tava com frescura, e lá fui eu mexer com quem tava quieta, para engatar a 5ª. Não teve jeito, o sufoco voltou, e foi mais um Deus nos acuda pra engatar a marcha, mas acabou entrando.
Segui a Raposo Tavares inteira nessa situação, rezando em vão para que não tivesse muito trânsito na entrada de São Paulo, chegando no Butantã, não deu outra, aquele mar de luzes vermelhas acesas na minha frente quase me fez entrar em desespero de novo. Pensei: Caramba! Por que vocês não estão nas suas casas assistindo Fantástico!?
A dona embreagem continuava cada vez mais dura, e prevendo a situação, já me sentia notícia das rádios que comunicam sobre o trânsito: "Carro quebrado ajuda a aumentar congestionamento da Capital". Nunca me concentrei tanto para dirigir como nesse dia, levei algumas buzinadas na orelha diante dos faróis, que a cada sinal verde, me via numa epopéia para colocar a 1ª, consegui chegar em casa antes do carro quebrar definitivamente. A parte boa disso tudo foi fazer algumas pessoas rirem com as minhas caretas tentando engatar a marcha na embreagem naquele domingo com trânsito estressante

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