segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O Herói e a loucura

A psicologia diz que a loucura é uma condição da mente humana, uma doença, que leva a pensamentos anormais do ponto de vista da sociedade.

Mais me parece uma visão distorcida da sociedade perante o ser, onde se auto-autoriza a viver o proibido, o inverso do imposto, a vontade reprimida e oculta. Violência contra os padrões. Quebra de paradigmas. Exigências internas expressas no cotidiano, sem pudor, sem medo e por muitas vezes inconscientemente, algumas vezes negligenciando a realidade, mas sempre em busca da consciência.

Muitos loucos são retratados por ai. Um ótimo exemplo é o Coringa, o vilão, e extremamente oposto ao Batman. Muito bem posicionado no último filme hollywoodiano, o Darknight - Cavaleiros das Trevas, o biruta, de cara pintada, só teve decepções ao longo da vida, principalmente na infância, e isso deixou ele meio lelé.

O impressionante é perceber o nível de consciência que ele argumenta mesmo insano, a riqueza do texto transforma o personagem em herói, mesmo malvado.

Ele exprime o que há de mais escroto nos seres humanos e na sociedade de classes em que vivemos, mas distorce com o senso de justiça que a ele foi concedido - que a mente dele achou de escapatória. Loucos são fantásticos.

O contraste do herói, exposto em demasia, símbolo da perfeição, com o vilão, é nítido. Enquanto um, o Batman, é tratado com a mais pura gota de leite, geneticamente modificada, das vacas holandesas, em férias nas ilhas Cayman. Tem o aparato da mais alta tecnologia. Tem conhecimento e inteligência invejáveis, contatos notáveis, mulheres estonteantes sempre em sua companhia e todos, sempre, a sua espera. O outro, o coitado vilão, o Coringa, tem sua beleza ferida, sua consciência em cheque e sua moral desmoralizada. Sobra a ele, um quê de muita esperteza e vontade de agir, de mostrar as pessoas aquilo que ele acha estar errado, por meio do caos.

O mundo daqui está cheio de heróis, lotado mesmo. Mas estão todos mascarados, pra variar. Não conseguimos enxergar quem é quem, e por vezes condenamos os heróis e louvamos os vilões. O problema é que esses seres, se julgam mais aptos que os outros humanos, e as vezes metem os pés pelas mãos, atrapalham o processo e nos fazem andar pra trás. Esses são os heróis-vilões, se fazem de heróis, mas na verdade violam seus direitos e o do próximo. Heróis verdadeiros são idealistas, buscam a perfeição, fazem revoluções, buscam o novo para o melhor, visam o melhor, e falo do melhor para todos, não para o seu próprio bem-estar.

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