sábado, 27 de fevereiro de 2010

carta para o amigo 2.

Sinto saudades, mas estou feliz com a distância, já estava cego, sem perspectiva, precisa me esquivar um pouco, ouvir outras vozes, ficar mais em silêncio. A minha falta de paciência vem ficando mais curta com o passar do tempo, na verdade sinto falta de uma mudança brusca, entendes? Um choque, como os térmicos, que são extremistas. Choque cultural eu tenho todos os dias. Definitivamente eu preciso conviver com mais pessoas, e o tempo vai começar a ser mais rotativo, parece que ando apertando o play mais vezes para a intensidade me freqüentar. Chega de pensar, hora de agir, agora!
Mas eu dizia das saudades, saudade de quando falávamos de política com esperança, com o passar do tempo esse sentimento virou reclamação, acomodação, depois que o prazer ficou caro e esquecíamos da essência do prazer, passamos a lembrar dessa essência em relapsos de tempo, e agora para senti-la novamente eu vejo outros olhos. Como é difícil encontrar olhos como os teus, como os teus jamais existirão, mas compreenda o que digo, a sincronia que você sabe o que eu sei, é rara nos olhos humanos, os olhos não se deixam aprofundar hoje em dia, são superficiais, muito ocupados.
Falávamos do Rio Tiête despoluído, imagina as árvores, o gramado, as crianças nadando, a cidade é a nova veneza do mundo, São Paulo amadureceu definitivamente, e agora é uma cidade charmosa e voraz, como sempre foi. Devaneios.
Os meus sonhos e caprichos preciso vendê-los para quem não os conheça, quem vai me mimar? Alguém que olhe a minha aparência e opine o certo. Me deixe congruente.
Eu vinha falar de saudades, das tuas sábias palavras, analogias, gírias e sotaques e mais uma vez o meu ego quase que atrapalhou. Quero te contar como eu vejo o mundo daqui, só que tem que ser de uma forma bem bonita, como você jamais sentiu vindo de mim.

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