segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Muita gente por aí

Faz vinte e poucos anos, desde que me conheço por gente, que sempre, vejo rostos diferentes, na rua em que sempre morei, nos lugares que sempre freqüentei, nas esquinas cansadas de me olhar, nos bares, nas escolas que estudei, em todos os momentos ordinários e extraordinários da minha vida, há todo santo dia, pelo menos um, rosto diferente, até na minha casa, vire e mexe tem uma visita estranha. Eu venho pensando nisso a algum tempo e ao andar no metrô lotado de São Paulo me deu vontade de por essa idéia pra fora em palavras. Tudo isso me faz pensar em biologia, matemática e criação, na quantidade de formatos possíveis, na quantidade de possibilidades, mutações, nas variáveis para que toda essa gente aconteça e torne a acontecer da forma mais peculiar que lhe competem. Isso me faz intrigado e fascinado, esteticamente as pessoas podem ser parecidas, mas dificilmente serão igualzinhas. Se for possível contarmos as características humanas e 'exponencialidade de variação' (?), digo, de cruzamento, chegará um dia em que a nossa imagem irá se repetir de alguma forma, de maneira rara. Os sósias são fenômenos dessa humilde lógica que me atrevi a desenvolver. Uma verdadeira explosão de diversidade. Quando isso irá acabar? A diversidade terá fim? Ou será infinito mesmo? Sim é infinito, sempre tivemos essa qualidade, de cada um ser um só. Apesar de pensarmos coletivamente, apesar da essência e do espírito se confundirem, a casca, a imagem do corpo que compartilhamos acaba sendo única, e se a nossa imagem é reflexo do que somos por dentro, cada um tem no seu eu-interior, algo tão único e necessário para compartilhar quanto possa, consiga, ou tenha habilidade de imaginar.

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