sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ônibus social

Nos últimos dias pensei bastante no ponto de ônibus, nas pessoas que o consomem, cheguei a citá-lo essa semana em outro texto. Como será que ele se sente? Os sentimentos de um ponto de ônibus. Agora penso nas classes sociais dos pontos de ônibus, tem uns que são apenas um pau fincado no chão, outros tem banquinhos para acomodar as bundinhas dos amigos passageiros, e os da 9 de Julho tem até letreiro eletrônico informando o tempo que o ônibus vai demorar pra chegar. Quem diria que até os pontos de ônibus tem classe social. O que Marx diria?
Penso muito sobre o tempo e no quando. Quando vamos socializar os pontos de ônibus, digo, quando é que todos os pontos de ônibus serão iguais em sua função. Longe de mim querer padronizar o estado, ou o país, tudo ficaria chato e sem graça, gosto assim da diversidade, mas falo da função do ponto de ônibus, do ponto de ônibus social. Na verdade, o ponto de ônibus é só um símbolo para algo que é maior e está por trás dele, o direito de ir e vir, de se transportar. Então a pergunta certa seria: quando vamos socializar o transporte?
Socializar os ônibus, e o transporte em geral, parece mais complicado, para todo mundo ter acesso, seria necessário que as passagens fossem mais baratas, e que houvessem mais carros grandes e funcionais, e mais linhas, itinerários maiores e melhores em ganho de tempo, mais qualidade, mais conforto, e sem dúvida mais vontade de usar o ônibus, para uma grande maioria que usa carro com 4 lugares sobrando, a vontade de usar o busão é quase nunca despertada, dar-lhes motivos mais racionais (conforto, rapidez) para tal, unindo a sensações emocionais (música, aroma, design) seria algo inteligente. Talvez se o transporte público fosse de graça, esse seria um bom incentivo para deixar o Ford em casa.
Agora fica uma nova pergunta, mais relevante do que a anterior, que indagava o tempo em que isso vai acontecer, que é o como? O grande advérbio do século: Como. De que modo se faz? Como ter dinheiro para esse mercado arrecadar o suficiente para sua manutenção e desenvolvimento?
A minha resposta, com já havia de se esperar, vai primeiro cair na exploração da comunicação, na publicidade, por razões obvias de formação. Tenho manias que querer vender todo tipo de imagem. Afinal de contar, público os ônibus tem, é disso que a mídia vive, público. Mas a questão fica aberta. Enquanto isso vou pensando em outras coisas para escrever, e chegar em outras questões que me travem o pensamento.

2 comentários:

  1. Que viagem! Mas que viagem legal. Realmente até essa diferença é absurda e tb me pergunto algo parecido.

    Mesmo que n venha do governo, o publico mesmo poderia se organizar de forma à melhorar o transporte, diminuir o transito, desafogar o bus ou o metro. Mas ai chego em outro lugar, meu vizinho e eu trabalhamos no mesmo bairro, mas não conheço meu vizinho.

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