terça-feira, 9 de novembro de 2010

Simplesmente eu Clarice Lispector

Beth Goulart está fantástica, tanto por ser muito parecida com a escritora, minha queridinha e inspiradora, quanto por sua concentração mágica e envolvente. Ela é pontual, precisa e convence, muito! (merece uma exclamação). Também pudera, além da interpretação, fez a direção e adaptação.
O cenário configurado por Ronald Teixeira e Leobruno Gama é simplista, clean, clean mesmo, cortinas brancas escondem os assessórios, um cadeira almofadada num canto, um divã no outro, ao lado de uma espécie de criado mudo com nada mais do que uma maquina de escrever.
A seleção do texto é rica, tão rica que te faz querer assistir a peça toda semana só para absorver tudo.
Frases como: "escrever não é inventar, mas correr o risco de encontrar a realidade" e "percebi que sou limitada, recortada" fazem o espectador refletir, se questionar e perceber-se.
A iluminação feita por Maneco Quinderé é simples e ao mesmo tempo minimalista, chega a pertubar, assim como a contradição permanente que é expressa no texto e na atuação, uma contradição doce e harmoniosa, assim como a vida é.
Se você é escritor, redator ou simplesmente gosta de ler, vá assistir, você sairá diferente do teatro, sairá mudado para sempre.
A supervisão é feita por Amir Hadad, figurino por Beth Filipecki, trilha de Alfredo Sertã, direção de produção Pierina Morais, direção de cena por André Boneco.

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