quarta-feira, 17 de março de 2010

Ditos populares

Você balança a cabeça na vertical pra poder poupar a razão de ter que parar pra pensar e saber que a verdade era apenas uma brincadeira. E toda vez que os ditados populares falam com você, tu improvisas, engole seco a dor, tenta entender a indiferença e a virtude que te concederam. Nada aconteceu e uma rachadura parece existir e fazer voar pelos ares tudo o que tinha dentro, como algo muito volátil, incolor, inodoro e invisível. A TV conversa muda, as imagens passam, parecendo transmitir uma mensagem metaforicamente, é o silêncio que chega e quer o seu lugar, é o silêncio que deseja se impor. A exceção é tão mais atraente, o caminho sem trilha é perigosamente chamativo, mas a adoração pela repetição parece ser mais forte, quase sobrehumana, é um valor sem cálculos, é um suspiro no meio da incerteza, é o minuto seguinte depois do desabafo. As coisas se confundem, as palavras se comprometem e os olhares se desencontram, naquele exato momento você pega no ar o que estava escondido, nas entrevidas, no relapso de servir, na ausência do mesmo.
Toda essa maviosidade pela falta é capricho, é um pequeno medo, é a evolução que se aproxima é a onda em baixa freqüência, mas é totalmente compreensiva. Essa ternura é o valor do coletivo, é a paixão pelo desconhecido e a dor da perda que é superada pelo novo. Quase que imediatamente o instinto pede essa reposição e o tempo, sempre o tempo, coloca tudo no lugar, te faz encontrar novas trilhas no meio da mata virgem e você ousado vai lá e desvia seu caminho para um lugar sem pegadas, e você encontra quase sempre o que procura, muitas vezes se depara com surpresas carregadas com verdades que poupam a emoção de suas razões universais, pensamentos concretos e ditos populares.

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