Entre outras conversas sobre a democratização e o excesso da informação, assim como as críticas ao novo jornalismo, acaba por revelar a moral do jornalismo que cultua e infere que tal postura seja a da atualidade ao citar um empresário austriaco-americano (norte americano), de família centenária, tradicional no ramo de comunicação, que a Forbes conferiu como a 132ª (centésima trigésima segunda) pessoa mais rica do mundo, sobre o fim do jornal ao repetir Rupert Murdoch: "em nenhum lugar se tem certeza quanto ao fim do bom jornalismo como nas Redações, onde às vezes o evento tantas vezes prometido é celebrado com deleite masoquista. E comemorado pelo governo qualquer governo.
Se o governo fosse isento disso eu diria que foi uma #putafaltadesacanagem mas essas palavras de Rupert resgatadas pelo diretor de redação de um dos maiores jornais do meu país me fizeram pensar um pouco mais e colocá-las em seus devidos lugares. Depois dessa emocionante declaração, O diretor faz declarações que nos colocam em cima do muro da reflexão para então amaciar o tom ramificando as brilhantes experiências do homem com a comunicação, deixa o nosso cérebro na incógnita de seu potencial e estima progresso com mais rapidez, apesar de reduzir o novo jornalismo a barato, por ser gratuito.
É notório o investimento de tempo e pessoal para realizar um coletivo de notícias que todos querem saber, precisa ter bala na agulha, disso nós sabemos, mas o que fica oculto nessa reflexão do diretor da Folha de São Paulo é que nós também sabemos de onde vem o dinheiro, e os anunciantes sabem mais ainda. O senhor cobrar a obtenção de informação como um interesse é incoerente, todos querem e tem o direito de saber, a vitória da democratização da informação é que cada vez mais o valor se coloca a prova, então vamos ver se estava certo quando proferiu que o jornal "continuará a valer seu preço para aquela parcela crescente de pessoas interessadas em saber mais e melhor.
Caro Otavio F. Filho, achei o seu texto impecável em sua construção, muito bem colocado, com fatores históricos simbólicos de muito bom gosto, além de relembrar a ideologia do jornalismo e os passos para um jornalismo de qualidade. Entretanto ao dizer que a demanda cristalizará um modelo, pressuponho que o passo seguinte esteja meio anuviado em sua cabeça, mas gostaria de ajudar a clarear as suas idéias com a minha esforçada reflexão. Poucas pessoas vão querer pagar por informação, inclusive as que despende de maior quantidade de poder aquisitivo (dinheiro, grana, mais-valia) para comprar tecnologia e se manterem conectadas com o maior numero de fontes de informação e pessoas que discutam o que está sendo informado, uma vez que a tecnologia já se mostrou uma revolucionária efêmera e vem nos surpreendendo todo ano, todo mês que seja, o tempo como conhecemos está com seus dias contados mesmo.
A informação exata, e com credibilidade, que está em jogo e que a mídia e o seu Otavio tanto querem nos vender é a grande questão. Sabemos que os tradicionais nesse mercado tem a credibilidade pra lá de utópica e por isso mesmo consumimos cada vez mais essa mídia burguesa. Ela é refinada, sabe ludibriar e contar histórias fascinantes de forma real. Pra isso monta um baita circo e por isso gasta dinheiro, e por isso seu Otavio quer vender pra quem esteja interessado em saber melhor. Ai vai uma dica Sr. Frias Filho, se a receita da publicidade for insuficiente para pagar a produção, inteligência e execução do jornal, uma boa alternativa é expandir os meios, por exemplo: o projeto da TV Folha, em rede aberta, com tecnologia HDTV, já está em prática, em andamento? já foi discutido, já foi escrito? Acredito que algumas respostas dessas perguntas sejam SIM. É um progresso para a produção nacional.
No final, Otavio desabafa contando que tudo o que um jornal quer é achar o seu leitor, e desbrava essa epopéia no mar de informação, em busca de atingir de forma precisa a informação para quem deseja recebê-la, e até personifica o jornal ao concluir que "os jornais são muitas vezes cansativos, previsíveis, prolixos, distantes, redundantes..."
O jornal sempre será uma das principais fontes de informação, e apesar do negativismo e das futilidades, inerentes do ser humano e que se refletem no meio jornal, independente do formato, o desafio agora é se readequar, isso sempre vai acontecer, esse ponto crítico, pois as novas gerações chegam como surpresas e mudam nosso jeito de pensar e agir, resolvendo antigos problemas de relacionamento, promovendo novas polêmicas de conduta e reeducando o hoje de forma coletiva.
Eu desejo muitíssima sorte para o Otavio Frias e a Folha de São Paulo como empresa, nessa excitante rotina de incertezas e busca pelo melhor sempre.
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