quinta-feira, 22 de julho de 2010

A borboleta cor de areia.

Que barulho estranho, é como se fosse um cisco sonoro, ou até mesmo um ciliar no silêncio. Se estivesse com mais sono pensaria que é coisa de pensamento, mas é tão nítido quanto o toque de uma pele macia ou a lua cheia num céu estrelado. Bem na hora de dormir, vai ser difícil me concentrar.

Uma borboleta cor de areia sai do móvel revelando o som de suas asas.

Ah! é você coisa voadora repugnante, vá embora, não quero te matar.

Ela abre a janela e tenta expulsar a borboleta cheia de medo.

Ai meu Deus, como vou dormir com essa coisa voando no quarto?

A borboleta pousa na porta e ela vai lá atormentar, cutucar com um mata mosquitos.

A borboleta avança assustada.

Ela pula recuando mais assustada que a borboleta, que se esconde debaixo da cama.

Ela para, pensa, pega uma lanterna e se debruça para olhar debaixo da cama.

Onde essa danada está?

Afasta a cama, acende a lanterna no escuro, só vê pó, bate com o bastão e nada. Depois de alguns minutos escuta novamente o revoar da borboleta, ainda escondida.

Ela tenta localizar o animal. Encontra-o e mexe com ele.
Acaba por assassiná-lo, sente por isso.
No minuto seguinte uma borboleta gigante entra pela janela aberta, com seus olhos expressivos fita a humana e se faz entender que seu filho (a borboleta era macho) só queria apreciá-la. Recolhe o seu bebê e sai sorrateiramente.

Ela fica estática.

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